Por Wanderson Araújo
Muito além do rádio via internet, as novas demandas comunicacionais
apontam para a rádio comunitária via web. E mais do que isso: como essa
oportunidade tem sido operado no sertão do Nordeste. Esse foi o tema da
pesquisa desenvolvida por Orlando Berti, professor de Comunicação da
Universidade Estadual do Piauí- UESPI, que defendeu a tese de doutorado
intitulada "Processos Comunicacionais nas Rádios Comunitárias do Sertão do
Nordeste Brasileiro na Internet".
"A comunicação comunitária é o que é mais se tem praticado em nosso
Sertão e a Academia precisa dar respostas para isso", afirma Orlando
Berti. Durante suas pesquisas o professor percorreu cerca de 15.500 km
visitando rádios comunitárias de cidades de oito estados do sertão nordestino: PI
, CE, PE, AL, PB, BA, RN e SE.
A pesquisa utilizou como critério para selecionar as rádios a serem
acompanhadas o IDH - Índice de Desenvolvimento Humano- dessas cidades. "Eu
visitei as cidades mais pobres de cada estado afim de provar que, ao contrário
do que muitos pensam, existe comunitarismo na internet. Só no sertão do Piauí
visitei 15 cidades e 30 rádios comunitárias", explica Berti.
(Professor Doutor Orlando Berti)
A tese foi apresentada na Universidade Metodista de São Paulo-UMESP e
teve a orientação da pesquisadora Cicilia Peruzzo, destacado nome em
pesquisa de Comunicação Comunitária no Brasil.
Núcleo de pesquisa em Comunicação Comunitária:
Antes mesmo de finalizada a tese, os estudos deram origem a criação do
Núcleo de Extensão e Pesquisa em Comunicação Alternativa, Comunitária e
Popular, que há dois anos, desenvolve atividades de pesquisa e extensão com
alunos de Comunicação Social da UESPI de Picos. Em Teresina, no Campus Poeta
Torquato Neto, a intenção é implementar um projeto semelhante, desta feita
voltados à analise de comunidades carentes da periferia de Teresina que usam o
rádio via internet. "O grande quê desses projetos é fazer com que a
universidade e a sociedade encontrem respostas juntos", pontua Berti.